Um dos maiores problemas do país é
definitivamente a corrupção; poderíamos ser um país ainda melhor, mas cabe ao
Povo Brasileiro lutar para que haja cada vez menos corrupção na vida política
da nação. A corrupção no Brasil afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos brasileiros
quando diminui os investimentos públicos na saúde, na educação, em
infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida,
e fere criminalmente a Constituição quando amplia a exclusão social e a
desigualdade econômica.
Por causa dela, perdemos R$ 12
bilhões em investimentos privados em 2011 – o equivalente a R$ 1,2 mil pagos
anualmente por cada trabalhador brasileiro. Um dos principais problemas que
dificultam o combate à corrupção é a cultura de impunidade ainda vigente no país.
A justiça é morosa, e aqueles que podem pagar bons advogados dificilmente
passam muito tempo na cadeia ou mesmo são punidos. Além disso, o fato de os
políticos gozarem de direitos como o foro privilegiado e serem julgados de
maneira diferente da do cidadão comum também contribui para a impunidade.
Vamos aqui lembrar alguns escândalos
de corrupção na história do Brasil:
1º) O revoltante caso dos Anões do orçamento no Congresso
Nacional entre 1989 a 1992 deixando um rombo de R$ 800 milhões; sete deputados
(os tais “anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei
remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam
propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou
famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas na loteria
do deputado João Alves.
A CPI dos Anões do Orçamento
investigou 37 parlamentares por suposto envolvimento em esquemas de fraudes na
Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. O relatório final de Roberto
Magalhães (PFL-PE), pediu a cassação de 18 deles, mas apenas 6 foram para a
degola: Carlos Benevides (PMDB-CE), Fábio Raunhetti (PTB-RJ), Feres Nader
(PTB-RJ), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Raquel Cândido (PTB-RO) e José Geraldo
(PMDB-MG). Quatro renunciaram antes: o chefe do bando, João Alves (sem
partido-BA), Manoel Moreira (PMDB-SP), Genebaldo Correia (PMDB-BA) e
Cid Carvalho (PMDB-MA). Oito foram absolvidos: Ricardo Fiúza (PFL-PE), Ézio
Ferreira (PFL-AM), Ronaldo Aragão (PMDB-RO), Daniel Silva (PPR-RS), Aníbal
Teixeira (PTB-MG), Flávio Derzi (PP-MS), Paulo Portugal (PP-RJ) e João de Deus
(PPR-RS).
2º) O indignante caso dos Vampiros da Saúde no Ministério da Saúde
entre 1990 e 2004 deixando um rombo de R$ 2,4 bilhões; empresários,
funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público
fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no
tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de
Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços
(bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos
já saíram da cadeia.
3º) O caso Sudam no Senado Federal e União entre 1998 e 1999 resultou em um
rombo de R$ 214 milhões; dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos
de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da
sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou
ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.
4º) Em 1999 também houve o caso do Banco Marka no Banco Central que deixou
um rombo de R$ 1,8 bilhão; com acordos escusos, o Banco Marka, de Salvatore
Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central por um valor mais barato
que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres públicos, além de
acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre outros crimes.
Cacciola foi detido em 2000, fugiu para a Itália no mesmo ano e, preso em Mônaco
em 2008, voltou ao Brasil deportado.
5º) O caso Mensalão na Câmara Federal em 2005 resultou em um rombo de R$ 55 milhões;
segundo delatou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de
envolvimento em fraudes dos Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$ 30
mil mensais para votar de acordo com os interesses do governo Lula. Dos 40
envolvidos, apenas três deputados foram cassados. A conta final foi estimada em
R$ 55 milhões, mas pode ter sido muito maior. Os condenados pelo Supremo
Tribunal Federal estão soltos.
6º) O inescrupuloso caso dos Sanguessugas envolvendo prefeituras e o
Congresso Nacional em 2006, resultando em um rombo de R$ 140 milhões; investigações
apontaram que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em
troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até
260%. Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à
Planam ganhassem as licitações. No fim de junho de 2006 foi criada a CPI dos
Sanguessugas com a finalidade de concluir as investigações sobre o esquema de
fraude em licitações para a compra de ambulâncias. Esta CPI é composta por 17
deputados e 17 senadores, e é presidida pelo deputado Antonio Carlos Biscaia
(PT-RJ). A vice-presidência é do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e a relatoria
do senador Amir Lando (PMDB-RO).
Essa é a lista com recomendação para
cassação dos mandatos dos deputados e senadores em 10 de agosto de 2006.2:
Adelor Vieira (PMDB-SC) - Alceste
Almeida (PTB-RR) - Almeida de Jesus (PL-CE) - Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ) -
Almir Moura (PFL-RJ) - Amauri Gasques (PL-SP) - Benedito Dias (PP-AP) - Benjamin
Maranhão (PMDB-PB) - Cabo Júlio (PMDB-MG) - Carlos Dunga (PTB-PB) - Carlos
Nader (PL-RJ) - Celcita Pinheiro (PFL-MT) - César Bandeira (PFL-MA) - Cleonâncio
Fonseca (PP-SE) - Cleuber Carneiro (PTB-MG) - Coriolano Sales (PFL-BA) - Coronel
Alves (PL-AP) - Edir Oliveira (PTB-RS) - Edna Macedo (PTB-SP) - Eduardo Seabra
(PTB-AP) - Elaine Costa (PTB-RJ) - Enivaldo Ribeiro (PP-PB) - Érico Ribeiro
(PP-RS) - Fernando Gonçalves (PTB-RJ) - Heleno Silva (PL-SE) - Ildeu Araújo
(PP-SP) - Irapuan Teixeira (PP-SP) - Iris Simões (PTB-PR) - Isaías Silvestre
(PSB-MG) - João Batista (PP-SP) - João Caldas (PSDB-AL) - João Corrêia
(PMDB-AC) - João Grandão (PT-MS) - João Magalhães (PMDB-MG) - João Mendes de
Jesus (PSB-RJ) - Jonival Lucas Junior (PTB-BA) - Jorge Pinheiro (PL-DF) - José
Divino (PRB-RJ) - José Militão (PTB-MG) - Josué Bengston (PTB-PA) - Junior
Betão (PL-AC) - Lino Rossi (PP-MT) - Senador Magno Malta (PL-ES) - Marcelino
Fraga (PMDB-ES)- Marcondes Gadelha (PSB-PB) - Marcos Abramo (PP-SP) - Marcos de
Jesus (PFL-PE) - Maurício Rabelo (PL-TO) - Neuton Lima (PTB-SP) - Senador Ney
Suassuna (PMDB-PB) - Nilton Capixaba (PTB-RO) - Osmânio Pereira (PTB-MG) - Pastor
Amarildo (PSC-TO) - Paulo Baltazar (PSB-RJ)- Paulo Feijó3 (PSDB-RJ) - Paulo
Gouveia (PL-RS) - Pedro Henry (PP-MT) - Raimundo Santos (PL-PA) - Reginaldo
Germano(PP-BA) - Reinaldo Betão (PL-RJ) - Reinaldo Gripp (PL-RJ) - Ricardo
Rique (PL-PB) - Ricarte de Freitas (PTB-MT) - Robério Nunes (PFL-BA) - Senadora
Serys Slhessarenko (PT-MT) - Vanderlei Assis (PP-SP) - Vieira Reis (PRB-RJ) - Wanderval
Santos (PL-SP) - Wellington Fagundes (PL-MT) - Wellington Roberto (PL-PB). Nenhum
dos três senadores e 70 deputados federais envolvidos no caso perdeu o mandato.
7º) O estranho caso da Operação Navalha nas Prefeituras,
Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia em 2007 que resultou em
um rombo de R$ 610 milhões; atuando em nove estados e no Distrito Federal,
empresários ligados à Construtora Gautama pagavam propina a servidores
públicos para facilitar licitações de obras. Até projetos ligados ao
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa Luz Para Todos
foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram soltos.
Além dos parlamentares, José Carlos
Alves citou como envolvidos no esquema o então governador maranhense, Edison
Lobão (o nosso atual ministro de Minas e Energia).
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