Falaremos aqui no blog sobre as reformas do Brasil. Mas no momento tocaremos em um ponto referente à reforma política.
No Brasil não se desconhece a existência da prática do lobby
junto aos poderes constituídos para influenciar o processo legislativo. A
cultura no país é de que o setor público deve direcionar recursos para empresas
privadas, na intensão de dinamizar a execução de obras ou mesmo realizar
serviços junto aos órgãos públicos.
Mas o que é Lobby? É o nome que se dá à atividade de pressão
de grupos, ostensiva ou velada, com o objetivo de interferir diretamente nas
decisões do poder público, em especial do Legislativo, em favor de interesses
privados.
Neste jogo de interesses sobre licitações, contratações e
outras formas de relação entre o público e o privado surgem a figura do
político que atua grande parte de seu tempo como um lobista ou a figura do
próprio lobista profissional que tem estreitos laços com senadores e deputados.
O político financiado pelo lobby usa de sua capacidade de persuasão para fazer
com que empresas de seu interesse sejam contratadas pelo setor público.
Mas por que as empresas organizam lobbies? As empresas organizam lobbies como forma de se
aproximar do poder, em um primeiro momento, e para interferir e ingerir, num
segundo momento. Mas o papel principal do lobby para as empresas é organizar os
grupos de interesses de tal forma que o legislativo ou governo atenda às suas
reivindicações. Esses grupos de políticos inclinados aos interesses de empresas
ou de certo setor da sociedade são comumente chamados de “bancadas”. Na câmara
e no senado, seus membros passam a trabalhar em prol dos lobistas que
financiaram a suas respectivas campanhas, e sem hesitar dão uma bela banana para
o povo que votou neles.
Mas como isso se dá? É sabido os altos custos de uma
campanha, isso faz com que os lobistas financiem vários candidatos e exijam
algum retorno pelo investimento feito neles, assim quanto mais políticos eles
comprarem mais poderão influenciar nos que forem eleitos e no futuro do país.
Quem investe em campanhas hoje, é o lobista de amanhã.
Lá na terra do Tio Sam, o Lobby é legal e altamente
influente. Como mencionado anteriormente, o lobista profissional aborda o candidato
e oferece uma considerável quantia para financiar a campanha dele; ao aceitar,
esse candidato terá um compromisso com esse lobista tendo em vista a
retribuição investimento feito nele. Nesse momento, esse político sendo eleito
trabalhará dando prioridade ao lobby que o financiou.
Existem vários setores da indústria, do agrobusiness e do comercio
que possuem seus lobistas, como a indústria do tabaco, armas, transporte
público, telefonia. Porém aqui destacaremos dois setores: Bancos e empreiteiras.
Basicamente as empreiteiras tem interesse em fechar contratos de obras
públicas. Só a Camargo Correia financiou cerca de R$ 103 milhões de reais em
campanhas. A Gueiroz Galvão aplicou um montante de R$ 65,7 milhões em
campanhas. Já os bancos privados são diretamente influenciados pela política
monetária do governo, aí está o interesse desse setor. Somente o Bradesco
investiu R$ 54,2 milhões em campanhas, o Itaú investiu R$ 23,6 milhões.
Ao ter os candidatos financiados eleitos, o próximo passo
dos lobistas é manter a discrição e ter ao seu lado competentes profissionais
de marketing que seguem a cartilha do infame estadunidense Ivy Lee (Poison Ivy),
para deturpar, envenenar os fatos e manipular a informação. Eles trabalham na
manipulação de massa e bolam estratégias para que a população aceite as
decisões tomadas pelos políticos que esses lobistas financiaram.
Um dos pontos discutidos na reforma política é justamente a
forma de financiamento de campanhas, precisamos urgentemente mudar isso já que o
lobby hoje é muito forte e acorrenta os políticos que querem trabalhar de
verdade para o Povo.
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