Há milhões de pessoas pelo mundo que são absolutamente críticas aos sistema capitalista, elas não tem lá muito em comum, estão espalhadas ao redor do planeta, mas vêem no seu dia a dia que o referido sistema é prejudicial à humanidade. Há grupos que tem críticas específicas, interpretações próprias, razões de diferentes naturezas. Os Hippies, por exemplo, foram contra o capitalismo em vários aspectos e pela natureza pacifista do seu ideário, eles eram especialmente contra a vertente militarista do sistema. Os Punks sempre tiveram uma postura mais protestante e agressiva, especialmente se compararmos aos Hippies, e assim como todo anarquista, os Punks sempre foram contra a noção de Estado, propriedade e nação. Quase parecido com as intenções anarquistas, a base política dos Punks, o comunismo critica o capitalismo e também almeja um mundo sem fronteiras, sem classes sociais, sem distinção de etnia, gênero, orientação sexual entre os povos do mundo. Há também a religião Rastafari, movimento que conserva elementos do judaísmo e do cristianismo, nascido na Jamaica do século XX. Os adeptos da religião Rastafari reverenciam a figura de Haile Selassie I, imperador da Etiópia, de 1930 a 1974, como a encarnação do Messias e pregam a adoração do deus Jah, sendo portanto, o próprio Selassie o seu deus na terra.
A questão rasta envolve a sua própria fé na crítica aos sistema capitalista. Essa religião afirma que o povo escravizado nas Américas são os verdadeiros filhos de Israel e precisam despertar essa consciência para voltarem à África, onde está o Monte Sião, "Zion", o paraíso na terra. É por isso que os rastas procuram se manter longe da escravidão, ou seja, do sistema capitalista; pois foi isso que vitimou gerações do povo de Jah na opressão de uma terra distante, escravizadas, longe de "Zion". Não apenas por questões religiosas, mas também como forma de defesa, os rastas seguem um modo de vida longe do capitalismo: se vestem à sua maneira, não cortam o cabelo e evitam aparar a barba, seguem uma dieta quase vegetariana (e nada industrializada), preferem tratamento com ervas medicinais e abdicam de qualquer droga. Em muitos países a maconha é ilegal, mas para os rastas a erva é consumida como fonte de iluminação. O consumo segue um ritual: um grupo se reúne, reza em agradecimento a Jah e só então fuma a planta, que é considerada sagrada.
Percebemos uma interpretação religiosa dos males do capitalismo; anarquistas e comunistas não discordam que o sistema capitalista é escravista, mas a visão rasta se embasa na sua fé. Não há como negar toda a história de um povo, é impossível não entender a posição rasta que, naturalmente, condena a ganância, a exploração e o materialismo que resultou em séculos de comércio escravista na África, condenando inocentes à pena perpetua de escravidão longe da sua terra natal. A fé rasta indica que para chegarem ao paraíso, os rastas devem rejeitar a sociedade capitalista, a qual chamam de "Babilônia", que é vista como impura e corrupta, um reino em rebelião aos ditames de Jah, o criador. Portanto, não importa se você chama de sistema, ou de Babilônia, a referência é feita para o mesmo mal, o capitalismo. "Babylon must fall"!
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