O consumismo inconsequente gera uma pressão permanente sobre o meio-ambiente e, aliado aos interesses de lucro constante por parte da lógica intrínseca ao sistema, fecha o quadro preocupante para a Humanidade. Toda essa exploração desenfreada, somada a produção colossal de lixo, mais a expansão industrial pelo mundo, só poderia resultar no Aquecimento Global. Achavam o quê? Que não pegaria nada? Séculos fazendo industrialização e tecnologia deitarem e rolarem sobre clima e recursos naturais para tudo terminar numa boa? Claro que não.
O clima tem sofrido alterações significativas no mundo atual, principalmente através da emissão dos chamados gases de efeito de estufa. Sendo que a principal causa destas emissões prende-se com a rápida intensificação da utilização dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e seus derivados, gás natural) desde o início da Revolução Industrial. O fato é que a sociedade de consumo gestada pelo capitalismo nos últimos dois séculos e a sua perspectiva globalizante alcançada desde o final dos anos 80 poderiam nos ajudar a entender o que está acontecendo. O maior inimigo do aquecimento global é o nosso atual modelo econômico.
Como se não bastasse ser o lobo do homem, nós também somos os lobos dos ursos! Involuntariamente estamos matando os ursos polares pois o aquecimento global interfere diretamente na sobrevivência dessa espécie. Esses ursos são encontrados apenas em cinco países: Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega e Groenlândia. O aquecimento global contribui para o derretimento das geleiras e a diminuição do espaço para que eles se locomovam e, consequentemente, a oferta de comida também decai.
Os ursos polares desaparecerão, mas, por sua vez, surgirão milhões de refugiados ambientais que formaram já no início desse século um quadro calamitoso, porém a sociedade internacional apenas observa inerte a tudo isso. A situação já é grave em alguns lugares, como no caso de Tuvalu, um pequeno arquipélago do Pacífico, entre o Havaí e a Austrália. Por lá a população já sofre com inundações e problemas com a agricultura graças ao aumento do nível do mares. É bastante provável que o arquipélago, em poucas décadas, acabe sendo completamente inundado. Colombo, Carachi e Hanói são algumas das cidades asiáticas mais vulneráveis a inundações provocadas por chuvas intensas, associadas à subida das águas do mar. Na Europa, o maior símbolo é Veneza.
O pior é que as consequências não param por aí! A primeira vítima, de nossa espécie, do aquecimento global será a população ruiva; essas pessoas formam os dois porcento da população mundial que carrega um gene mutuante chamado MC1R que resulta em pêlos vermelhos e sardas. Cerca de 140 milhões de pessoas são ruivas, não à toa os ruivos são comumente associados aos celtico-germânicos. A primeira mutação do gene MC1R aconteceu a milhares de anos no norte da Europa, numa região extremamente fria e com luz solar insuficiente. Nossos ancestrais, ou parte deles, que habitavam esse território inóspito tinham pouca vitamina D, que só é produzida quando o corpo humano fica exposto ao sol. A mutação que originou os ruivos foi um artifício evolutivo que permitiu aos seus portadores sintetizar a vitamina D, sem exposição à luz solar. Hoje em dia, cerca de 35% dos escoceses e irlandeses possuem o gene MC1R, e quase 13% tem cabelos ruivos.
Acredite ou não, mas estudos recentes da Oxford Hair Foundation sugerem que os ruivos em breve serão extintos. Há uma razão muito convincente para que isso não seja uma piada. O planeta está esquentando em conseqüência do Aquecimento Global. Portanto, mesmo os escoceses estão recebendo muita luz do sol para produzir vitamina D. Esse é o motivo que o gene MC1R esteja se tornando desnecessário. Diferente dos refugiados ambientais de Tuvalu, que um dia poderão se mudar para a Nova Zelândia, os ruivos simplesmente não tem para onde correr.
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